INTRODUÇÃO
A Formação Mulheres em Conselhos, nas aulas “Legado e Família”, trouxe conhecimentos válidos para toda vida, com as interações provocadas por nossas capacitadas instrutoras, fomentando o desejo em absorver mais conhecimento, buscar mais capacitação, maior conexão com as participantes (maravilhosas) e sites de negócios ou busca de profissionais.
O material que nos foi apresentado, desafiou nossa ambição em sermos mais proativas e produtivas.
O nosso convívio nas aulas desafiadoras das nossas manhãs, também trouxe, para mim, a lembrança das experiências vividas em diversos momentos de minha vida em família, os aprendizados na empresa, a evolução de uma empresa que foi gestada muito antes de eu nascer, as transições, crescimento, separações, novamente crescimento, diversificações e mudanças na formatação de gestão de primeira para segunda geração, desafio com a terceira geração, formação de Conselhos e toda nossa vontade em permanecer empresa familiar colocada em acordos e estatutos.
Esta trajetória será relatada de maneira coloquial, já que neste artigo me exponho, contando minha experiência em empresa familiar, com um Pai Fundador, excelente administrador, com capacidade em vislumbrar e planejar caminhos nos trinta anos vindouros, com tamanha visão do mundo de negócios em diferentes cenários político-econômicos.
Primeiro ponto: FAMÍLIA
Empresas familiares normalmente têm uma história semelhante. Seu início e seus Fundadores são marcados com trabalho árduo, pouco investimento, crescimento lento, desenvolvimento e sucessos.
Os Fundadores, aqui com o F maiúsculo, criaram empresas como meio de vida, lugar onde seus familiares trabalhassem e dessem continuidade ao negócio.
Simple Reminder: Fundadores resolvem suas questões discutindo consigo mesmo, conversando com amigos de confiança, sem expor as verdadeiras causas da conversa. A palavra final é a sua.
Fundadores supõem que seus filhos entendam e saibam gerir os negócios, talvez só por olhar o como fazer, por exemplos mudos que devem ser seguidos, com formações maiores que a sua, mas nem por isso mais capazes.
Meu Fundador predileto é meu Pai. Formado em Juiz de Fora, tenho certeza que com Louvor, de família numerosa e trabalhadora. Junto com minha mãe, mulher letrada e sábia, de família abastada, formaram família e passaram por diversas situações difíceis. Por escolha. E tiveram sucessos diversos em suas opções.
Foi nessa Família que nasci, me criei, trabalhei e trabalho.
O que mais marcou minha experiência de vida, sendo a terceira nesta família de cinco filhos, foi sermos tratados de maneira igual nas atribuições de tarefas extra domésticas. E não apanhar do meu pai como os meninos. Mas minha mãe… também sabia como nos pegar de jeito, merecidamente, devo dizer.
Reminiscências para localizar tempo e espaço. Pais nascidos da década de 20. Filhos nascidos das décadas de 40, 50 e 60. Acrescento que nascidos na década de 60, já têm uma história diferente dos Baby Boomers.
Segundo ponto: EMPRESA FAMILIAR
Em época em que o trabalho juvenil era mérito de bons e responsáveis pais, assim que os filhos tivessem capacidade e discernimento, eram integrados na empresa para aprender os caminhos do produzir, ajudar, entender o funcionamento do negócio, e aqui volto ao tópico anterior onde digo que filhos devem saber como fazer por processo como osmose, talvez. Difícil, mas possível.
Pode rir.
Funcionou assim.
O primeiro salário é marcante.
Também foi interessante perceber que “os meninos” podiam começar a trabalhar antes das “meninas”. Eles trabalhavam e estudavam. As meninas, até entrar na primeira faculdade, daí sim, trabalhar e estudar. Estar na empresa onde seu pai é o responsável, o empenho em fazer o melhor é visível, querendo ser corresponsável no sucesso.
Estudar também era uma exigência para permanecer na empresa. As oportunidades em fazer uma formação, sempre bem-vinda para agregar, independentemente de onde seria feita, na cidade ou fora, muitas vezes conduzia a caminhos diferentes da empresa, o que também era bem visto. Só que o apelo em estar na empresa sempre foi mais forte porque o elo foi forjado na família.
Terceiro ponto: GESTÃO
Os trabalhos e responsabilidades crescem, amadurecemos, buscamos mais informações e formações para acompanhar o crescimento, as diversificações, e também acompanhar a cabeça empreendedora do Fundador. E crescemos. E buscamos pessoas que nos ajudem a manter a empresa coesa, crescendo.
Mérito de todos envolvidos na empresa. E o envolvimento consciente e presente do Fundador que continua sendo coração e alma da empresa.
A gestão compartilhada é perceptível, com funções consideradas importantes nas diretorias bem constituídas, construídas com pessoas capacitadas, em uma harmonia criativa, trabalhosa e diversificada. Os irmãos estão juntos e colaborativos visando cada vez mais construir uma empresa maior, consistente, que possa ultrapassar as dificuldades normais, se manter saudável econômica e financeiramente. Crescer. Diversificar. Criar oportunidades. Formar Família. Crescer para manter família. Criar oportunidades para familiares que estão vindo com sede em participar da empresa do Avô que conta suas experiências de vida, de negócios, que cria o orgulho em participar desta família empresária. Sucessão é realidade. Fundador em outro empreendimento de sucesso, junto com os netos. Sabedoria Magnífica. É uma turbulência de vida e experiências que deveria dispensar pontos e vírgulas e parágrafos, até acontecer uma ruptura dolorosa na morte do fundador. O mundo para. Para nós! O choro e o luto permanecem em nossas casas porque o mundo continua a nos cobrar aquilo a que nos propomos a fazer na ausência do Fundador. Foi para isso que fomos lapidados. Assumimos o compromisso. É nossa vida empresária que está ali, nosso coração como filhos do Fundador. E a sequência da vida saudável da empresa. É honrar o fruto do trabalho de todos nós e nossos colaboradores. E voltamos com maior força e mais vontade. E buscamos profissionais que nos auxiliem a nos manter como família empresária. Aprendemos a ser irmãos, sócios, família. Cada chapéu a ser usado em sua hora.
Os desafios são os mesmos.
Nós somos os mesmos. Melhorados. Capacitados. Mais abertos? As vezes não.
A empresa está com maiores desafios e a terceira geração entra, de fato, para agregar. Sangue novo com características do antigo? Difícil qualificar. São capacidades que se destacam e a segunda geração já vislumbra uma futura passagem de bastão. Para tal, ocorrem questionamentos. Iremos para o Conselho? Como? Quando? Quem?
Novamente buscamos. Leituras, experiências externas, sites, comentários, cursos. Sim. Cursos. Todos devemos fazer um curso sobre o que é ser conselheiro. Como ser conselheiro. E fizemos uma viagem em busca deste conhecimento.
Quarto ponto: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Primeiro passo será aprender o que é um Conselho de Administração e como ser um Conselheiro. Cursos feitos, elegemos dois dos irmãos. O Presidente da empresa que passa o bastão para outro irmão. O outro que divide suas funções de gestão com a do conselho, que chamamos de provisório, contando com o auxílio e tutoria de um Conselheiro externo.
A nova presidência da empresa compartilha atribuições com irmã – eu -, filhos e sobrinhos em comandos importantes. Vida que segue.
Três anos de conselho provisório atuante. Formando Secretária de Governança, apresentações da gestão para análise, trazendo os irmãos para participar do conselho provisório. Chega meu momento de sair da gestão e assumir minha cadeira. Tudo funcionando, empresas crescendo, Conselho agora desempenhando seu papel, gestão pronta para assumir mais um desafio.
Temos um Conselho de Administração. Nosso CAD. Ou CAd.
Uma pausa!
Todo material que vimos e estudamos são fundamentais para um bom desempenho em um Conselho de Administração. Conhecimentos básicos que nos foram falados sobre contabilidade, gestão de pessoas, finanças, estratégias, relacionamentos, imparcialidade, independência, governança, sustentabilidade, funcionamento da empresa, seus estatutos e acordos, seus códigos, seu papel como Conselheiro. A importância em ter tudo isso e mais sua própria experiência para ser um bom Conselheiro e desempenhar. Confie em si!
O Conselho de Administração é o ponto divisor de águas para uma empresa, quando estão todos com seus devidos chapéus. Sem querer desqualificar. O foco principal será a melhor estratégia para a empresa permanecer no mercado, crescer e desenvolver, com ética e transparência.
CONCLUSÃO
As experiências acumuladas em setores de uma empresa, conhecimentos adquiridos em cursos, palestras, livros, sites, conexões com outras empresas e empresários, empreendedores, eventos, participação em outros Conselhos, seja pro bono ou remunerado, tudo o que puder agregar em conhecimento será o diferencial. Ser Conselheiro é assumir responsabilidades, respondendo pela boa governança corporativa, transparência, definições estratégicas, legais, garantindo que os interesses dos acionistas estejam protegidos.
Um Conselho de Administração já está sendo uma exigência de entidades financeiras que entendem como sendo a empresa confiável.
Conselheiros que têm em seus relacionamentos, conexões e experiências, serão de grande valia para a empresa que os contrata. Valorize o que tens! Valorize o que sabes!
O Curso Mulheres em Conselho foi um grande passo.
Abriu portas e janelas.
Mostrou oportunidades.
Formou conexões.
Criou desejos em ir além.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Monique de Souza Pereira e equipe.
Agradecendo a todas as instrutoras que se desdobraram em passar seus conhecimentos, disponibilizando seu tempo, nos oferecendo com carinho suas experiências, e, mesmo em dias de dificuldades pessoais se fizeram presente e nos agraciaram com seu saber.
Agradeço a todas as Mulheres participantes de manhãs recheadas de conhecimento e sabedoria, por suas intervenções e por nossas interações. Vocês são Valiosas!
Deus abençoe a todas!
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