Essa é a mudança que demarca a necessidade dos jovens adultos de se tornarem cuidadores da nova geração. É uma fase marcada por grandes mudanças, uma vez que a chegada de uma criança requer responsabilidades diferentes das quais o casal estava acostumado. É comum que nessa fase do ciclo de vida familiar ocorram vários conflitos entre o casal, em sua maioria, envolvendo a criança. Trata-se de problemas com a divisão de responsabilidades, a recusa ou incapacidade de se colocar no lugar de “pais”.
No caso dos pais que trabalham fora em tempo integral, pode haver um conflito também para decidir como e quem deve dedicar-se à criança. Os arranjos, em geral, sempre acabam pesando mais para um dos cônjuges do que para o outro. Pode ocorrer de o casal decidir manter o “casamento com dois salários”, e dessa forma, haverá maior dispêndio de dinheiro com a despesa de um cuidador para o filho. Outra coisa que pode correr caso essa seja a alternativa escolhida é o sentimento e culpa que assola os pais, por não estarem sendo tão presentes na vida da criança.
Nesse aspecto, entra a empresa familiar como sendo muitas vezes, o “motivo” pelo qual os pais não são presentes e não raramente, isso pode gerar, no futuro, um ressentimento do filho para com a empresa, visto que esta era detentora de toda a atenção desse pai, que se ausentou da criação do filho em prol da empresa, o que pode vir a gerar problemas em uma possível sucessão.
Não é de se surpreender que essa seja a fase do ciclo de vida com maiores taxas de divórcio.
Os pontos principais dessa fase podem ser citados da seguinte maneira: ajustar o sistema conjugal para criar espaço para o filho; unir-se nas tarefas de educação dos filhos e nas tarefas financeiras e domésticas; realinhar os relacionamentos com a família ampliada para incluir os papéis dos avós e tios, por exemplo.
REFERÊNCIAS
CARTER, M. M. et al. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1995. 512p
VRIES, Mafred Kets de, et al. A Empresa Familiar no Divã – Uma Perspectiva Psicológica. 1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 302p
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