Por que um CSO é indispensável numa organização moderna?
por Deni Belotti
Aprendi com Ken Blanchard, que foi meu professor no MBA da CalState – California State University, que todas as grandes corporações tem um CEO. O CEO, além de ser o mais elevado posto de uma empresa pode, também, ser o Presidente do Conselho (Chairman of the Board) ou mesmo o Presidente de uma companhia, mas geralmente estas funções são desempenhadas por diferentes pessoas, com intuito de impedir que haja prevalência de uma personalidade específica e também para prevenir eventuais conflitos de interesse contra os acionistas. CEO’s devem possuir competências extraordinárias muito acima da média, especialmente em liderança e comunicação. Saí daquele MBA com a certeza de que um dia eu seria um CEO.
Aprendi também, com o mesmo mestre, que todas as corporações precisam ter um CSO.
O CSO (Chief Spiritual Officer) não tem função operacional direta na empresa (atua no nível do Conselho de Administração), mas tem como missão o estabelecimento e a manutenção de princípios inegociáveis, contra os quais todas as decisões de uma corporação precisarão ser comparadas de forma a garantir coerência e minimizar a suscetibilidade aos abalos sísmicos derivados da ganância comentada por Jim Collins em Good to Great.
O CSO é uma espécie de mentor dos executivos e membros do Conselho, ajudando cada um a manter equilibradas as demandas profissionais, familiares, pessoais e espirituais dentro de expectativas exequíveis e consoantes com as crenças de cada um. É um especialista em prevenção – prevenir na corporação é melhor do que remediar na negociação ou na demissão.
O CSO deve ser dotado de competências e personalidade incomuns, de habilidades e formação específicas, de características pessoais como isenção, caráter, ousadia e firmeza de opinião, comissionando-o para atuar como mentor, mediador e facilitador entre os dirigentes corporativos e acionistas.
A matriz de trabalho de um CSO está estabelecida visando a construção de Fidedignidade e Confiança, pavimentada através de análises que incluem aspectos básicos de Caráter e Competência, suportados por princípios milenares de Sabedoria e Talento. O objetivo do trabalho de um CSO é ajudar os dirigentes e acionistas de uma organização a encontrar o melhor balanço entre as quatro necessidades básicas de um ser humano: Viver, Aprender, Amar e Deixar um Legado. A grade de qualificação utilizada pelo CSO para desenvolver cada indivíduo está baseada em quatro tipos de pessoas indispensáveis: Modelos, Mentores, Parceiros e Amigos. A partir desta grade, o CSO desenvolve o conceito modular de Liderança, incluindo seus Atributos, seus Papéis e suas Dimensões.
Num mundo cada vez mais globalizado e focado no indivíduo, o CSO ocupa uma função indispensável para a manutenção do equilíbrio dos executivos e acionistas de qualquer corporação e sua relação com o caráter das marcas que estes representam.
Hoje, sem querer, achei este texto que escrevi em 2001 no campus de Hayward.
Quer saber?
Cansei de ser CEO. Nasci pra ser CSO!