Esse ano que se finalizou foi um ano de muitas transformações e perdas!
Mas nem todos aprenderam a perder…
Agarraram-se à sua realidade, se deprimiram, se revoltaram, não flexibilizaram, não se adaptaram!
Segundo o psiquiatra gaúcho Sérgio Lopes, “a seleção natural de uma espécie se dá não pela força, mas pela competência”.
Assim, as espécies que permanecem em um ecossistema não são necessariamente as mais fortes, mas as mais competentes em se adaptar às transformações.
Dito em outras palavras, são aqueles que aprenderam a perder, a deixar para trás algo e se abrir para o novo.
Quantas vezes para receber algo novo é preciso criar espaço: uma roupa nova em um guarda roupa lotado, um brinquedo em uma caixa já abarrotada, um móvel novo em uma sala repleta de itens…
O ano de 2020 foi mais surreal de nossas vidas! Se tivessem nos avisado em março que as escolas ficariam fechadas até o final do ano, como será que teríamos reagido com nossos filhos em casa?
O desconhecido, o intangível entrou definitivamente nas nossas vidas e nos mostrou as potências que possuímos dentro de nós.
A potência da criatividade, da espera, da solidariedade, da convivência íntima, do cuidado com aqueles que adoeceram, com a dor da ausência da despedida daqueles que partiram!
Que 2021 seja um ano de mais alegria, amor, paz e cuidado quanto às nossas próprias raízes, para que elas sejam cada vez mais potentes e profundas, buscando a vontade real que habita cada um de nós!
Que as famílias empresárias possam desenvolver a escuta atenta e que o desejo de cada membro familiar possa ser revelado e acolhido, não necessariamente com a concordância dos demais membros, mas com entendimento e compreensão de que cada um tem seu ponto de vista!
Não sabemos o que nos espera no futuro, mas podemos desenvolver a confiança de que, ainda que percamos todas as nossas folhas e frutos, poderemos nos manter de pé porque desenvolvemos raízes profundas e elas saberão o caminho da resiliência, da adaptação e da transformação.
Que possamos produzir junto às famílias empresárias muitos frutos de entendimento, colaboração e harmonia!
E que, sobretudo, desenvolvamos a habilidade de saber perder, ainda que sejam apenas as nossas próprias expectativas em relação aos outros, mesmo que esses outros sejam as pessoas que mais amamos e com quem mais convivemos, como nas famílias empresárias.
Então abriremos espaço em nossas vidas para o novo, o futuro intangível, incerto e tantas vezes assustador que aguarda a todos nós mas que também nos revela a potência que está em nossas próprias mãos!
Mãos que aprenderam a soltar o que estava ali preso, agarrado e, perdendo, se abriram a novas oportunidades!
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