A Arte do Coaching

Em 2016 após obter a minha capacitação como Coach no ICI-Integrated Coaching Institute e no Erickson College International, ambos credenciados pelo ICF-International Coaching Federation, passei a atuar como Coach. De início fazendo apenas coaching pro bono, atendendo aos amigos ou amigos dos amigos.
Gradativamente, fui tendo clareza de meu caminho no coaching apoiada por minha experiência pregressa como executiva em C-Level em diversas empresas, privadas e públicas, inclusive no BNDES. Essa experiência me permitiu começar a focar minha área de atuação para o Coaching Executivo e Coaching para Empreendedores, principalmente de startups.
Importante dizer que muitas vezes os coachees mostram a vontade de uma continuação do trabalho, agora de Coaching de Vida (Life Coaching), que não deixo de fazer. Apenas para informar, hoje contabilizo aproximadamente 400 horas de coaching e cerca de 40 coachees.
Neste artigo, objetivo compartilhar a experiência exitosa que tive ao fazer coaching com uma empreendedora que estava em plena implementação de sua startup, na área de prestação de serviços. Este relato tem total autorização da coachee para a publicação, embora os nomes da empresa, da coachee e de outros personagens, tenham sido mantidos em sigilo.
Seu objetivo era ter sucesso na implementação da sua startup, mas, queria principalmente se fortalecer na negociação com a pessoa que a apoiava financeiramente, conhecida no meio financeiro como Angel (Anjo). O Angel é um investidor que acredita no negócio e no retorno projetado e mediante um cronograma de aporte ele vai colocando os recursos para a implementação do negócio.
Seu produto era campeão, ela era uma ótima vendedora, muito competente no que fazia e com uma grande capacidade de trabalho, mas carecia de foco e gestão e uma estranha dificuldade de se impor nas negociações empresariais, apesar de toda a sua competência.
No início tudo foi correndo muito bem. Mas em 2018, com a desaceleração da economia, as dificuldades começaram. O empreendimento não estava apresentando o desenvolvimento esperado de modo a atingir o break even point na data esperada, de acordo com o Plano de Negócios. Em consequência o Anjo desacelerou os aportes de recursos o que prejudicou ainda mais o atingimento do break-even no empreendimento.
Nesse momento as discussões começaram a ficar ácidas, as acusações eram mútuas entre a empreendedora e o Angel sobre quem tinha a culpa do projeto estar em desaceleração.
Trabalhamos então o seu fortalecimento pessoal diante das discussões com o Angel. No decorrer do processo, utilizamos diversas e preciosas ferramentas de coaching como: os Níveis Lógicos, Linha do Tempo, Roda, Urgente e Importante e Autoimagem Baseado em Valores. O processo a levou a se conscientizar que perdia o foco quando as coisas se complicavam no trabalho e/ou na vida privada ou quando o Angel mostrava uma opinião ou tomava uma decisão diferente do que ela achava que ele deveria tomar. Ao perder o foco ela recebia mais críticas ao mesmo
tempo em que demonstrava mais fragilidade na conversa com o Angel, perdendo o controle de suas ações, elevando fortemente o seu tom de voz ou chorando copiosamente.
Aprofundando mais as reflexões ela tomou consciência que essa atitude de desfocar a ação e perder o controle, vinha sobretudo de um sentimento de inferioridade que ela tinha por ter menor grau de instrução formal que o Angel, o que ele enfatizava algumas vezes. A consciência desse sentimento de inferioridade, a levou paradoxalmente, por outro lado, ao seu fortalecimento pois foi capaz de enxergar que a relação com o Angel era de fato de dependência mútua, já que estavam igualmente envolvidos no empreendimento e que ele de fato a valorizava, caso contrário, não continuaria no empreendimento.
Ao compreender melhor as suas fragilidades, falta de foco e esse sentimento de inferioridade, e por outro lado as suas fortalezas, foi possível que ela alinhasse melhor os seus objetivos perseguindo-os com foco e fazer negociações mais firmes e exitosas, não somente com o Angel, mas também nas outras diversas negociações que fazia o tempo todo na sua função de empreendedora. Adicionalmente, se comprometeu a terminar a sua formação, mesmo através de um curso à distância, manter uma alimentação mais saudável, exercitar-se fisicamente com certa rotina e voltar a meditar que tanto a acalmava, pontos que vieram surgindo como importantes no decorrer do processo.
O seu depoimento ao final do processo foi que se tornou uma pessoa mais madura e fortalecida para levar o seu empreendimento para frente em busca do sucesso com plena consciência de onde estavam as suas dificuldades. Assim, celebramos o processo com um jantar muito prazeroso.

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