Há algum tempo, publiquei um artigo tratando das dificuldades de relacionamentos pessoais, impeditivos de satisfação, êxito e realização plenos.
Elenquei 3 relações como sendo importantes em termos de dificuldades intrínsecas pelas suas próprias intensidades/frequências.
Às 3 relações, dei o título de “Síndrome do Mesmo Teto” por conjugarem habitualidade e constância. Tal associação, traz à tona estilos que enaltecem comportamentos, competências, limitações, geniosidades, entre tantas outras características individuais.
Todas as relações, independentemente de sua consistência, intensidade ou contundência, têm de passar por reações de aceitação, tolerância, condescendência e/ou renúncia.
No casamento, a convivência intensa ou não, pelas próprias razões de compartilhamentos necessários, destacam distintos estilos, costumes ou mesmo manias. Nem sempre as condutas individuais resultam em ampla satisfação. Pode-se dizer que a harmonia chega a ser rara e até vale frisar que é um anseio de muitos e privilégio de poucos.
Em uma sociedade, o convívio entre sócios é por vezes maior entre si do que com seus respectivos cônjuges ou parceiros. Como administrar as diferenças de estilos, habilidades, defeitos, formas de agir ou de pensar? Muito difícil obter-se êxito numa sociedade se não houver entre as partes a adoção frequente de aceitação, tolerância, condescendência e/ou renúncia.
Na relação de trabalho, quer seja com superiores, subordinados ou pares, pode-se afirmar que são maiores as dificuldades em termos de convivência harmoniosa. Integralmente em observâncias recíprocas (mesmo por vídeo durante a pandemia), ficam mais evidentes: virtudes/defeitos, habilidades/deficiências, comprometimentos/neutralidades, ações de fidelidade/ confiança. Potencializam-se críticas, ciúmes, etc.. Apenas uma boa administração pode criar um processo/ambiente de realização profissional mútua. A motivação, por sua vez, gera entusiasmo, libera criatividade, enaltece habilidades, certifica o sucesso e torna as empresas renomadas.
Traçando um paralelo destas situações, ditas “Síndrome do Mesmo Teto”, com uma Empresa Familiar (ou Família Empresária), os problemas de relacionamento se sobressaem.
Admitindo-se uma família composta por um fundador ou fundadora da empresa (pai e marido ou mãe e esposa), e com filhos ou filhas que nela atuam como sócios(as) ou colaboradores(as), como enfrentar os riscos da “síndrome”? Afinal, existe um casamento conjugado à uma sociedade e também à uma relação de trabalho. Será que pode haver uma sobreposição de problemas?
Com certeza, sim. Os problemas flutuarão ou navegarão entre os ambientes, – ainda, sem levar em conta os aspectos que envolvem gerações e novos familiares agregados -.
Cada vez mais, no mundo como um todo, vem sendo criados instrumentos de especialização de profissionais para atuação junto às Empresas Familiares. Estas, sob um aspecto, tem determinante o fator confiança, sob outro, estão sujeitas a maiores problemas de relacionamentos.
Profissionais externos, até ajustando-se ao ditado de que “santo de casa não faz milagres”, muitas vezes inserem-se como eficientes mediadores e promovedores de ações que priorizam a razão à emoção.
Ao longo dos anos, atuando em empresas familiares de pequeno, médio e grande portes e por ter sido proprietário de uma delas, enalteço a importância das consultorias especializadas que há muito vêm se aprimorando neste campo de Famílias Empresárias.
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