Em João 8.32, Jesus afirmou: “…conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Ele ensinou que é preciso focar na verdade para que se viva livre.
No dia a dia das empresas, sejam elas familiares ou não, a verdade se encontra nos dados e fatos que devem ser analisados com frequência, regularidade e constância.
Há três vertentes que não podem ser ignoradas nunca, sob pena de total alienação e fracasso da vida empresarial: o faturamento, o lucro e o caixa.
É bem comentada no mundo empresarial uma frase que diz assim “faturamento é ilusão, lucro é utopia, o que importa mesmo é o caixa”. O empresário competente nunca perde de vista o seu caixa, embora esteja vendendo muito (alto faturamento), ele sempre analisa sua lucratividade, prazos e formas de pagamento dos fornecedores e recebimento das vendas realizadas, garantindo que o caixa esteja abastecido.
Quando essa regra de ouro não é fielmente cumprida, se distancia da verdade, gerando aos poucos uma alienação da realidade!
E o pior é que em muitos casos, alguns dados oficiais da empresa não representam essa realidade, contribuindo para esse processo de alienação e fuga da veracidade.
Um dia, em conversa com um amigo advogado muito experiente e com décadas de experiência na advocacia litigiosa, tivemos um diálogo curioso. Eu contava para ele que atualmente (onde trabalho mais com a causa do que a consequência, procuro ir para dentro da empresa e analisar a veracidade dos dados e fatos, já que roupa suja se lava em casa e não no Judiciário) meu melhor companheiro de trabalho é o contador da empresa ou um auditor terceirizado que me auxilia a analisar as informações contábeis.
Sem informações contábeis confiáveis não há como realizar uma análise justa, organizar reuniões de conselho consultivo ou de administração ou elaborar um planejamento estratégico.
E aí ele me contou algo curioso! Na sua visão, o grande problema é que os contadores das empresas fazem quatro balanços: um para apresentar aos bancos a fim de cadastrar a empresa e garantir o acesso a linhas de crédito bancário; o segundo para apresentar ao Fisco, apresentando os prejuízos necessários para a melhor performance contábil; o terceiro para o sócio majoritário apresentar aos minoritários, maquiando a distribuição de lucros e dividendos; o quarto para ele ter uma vaga noção da realidade…
Essas contradições então, no seu modelo de trabalho, são levadas ao Judiciário, garantindo o êxito nas demandas de seus clientes.
Minha conclusão para esse amigo foi de que esse sistema (do século passado, diga-se de passagem) está com os dias contados em razão da comunicação horizontal dos dias de hoje e da informatização. Qualquer um que queira apurar a realidade com persistência, seja um servidor da Receita Federal ou um sócio minoritário, confrontará as inconsistências contábeis e revelará a verdade.
Conhecereis a verdade e ela vos libertará nunca foi tão atual…
É o conhecimento dos dados e fatos (e aqui estamos nos atendo aos financeiros e contábeis) que dirige o destino das empresas, sejam elas familiares ou não. A informação qualificada garante um bom processo decisório e números confiáveis são a base de um bom planejamento estratégico!
Para crescer com consistência, liberdade e poder de escolha é necessário analisar com seriedade a veracidade dos dados financeiros e contábeis das empresas.
O que é verdadeiro na obscuridade é igualmente verdadeiro em plena luz!
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