É muito comum confundir que empresa famíliar e família empresária são conceitualmente iguais, levando a algumas dúvidas quando citadas. Elas não são iguais, apesar de terem características bem parecidas. Vamos a conceituação:
“A empresa familiar, como toda e qualquer empresa, é uma criação humana que tem por finalidade a atuação econômica por meio de organização de iniciativas, de procedimentos e de fórmulas que visam empreender uma atividade com sucesso.” Wikipédia
“Família empresária, é o conjunto de pessoas, com vínculos familiares entre elas, que promovem a implementação de boas práticas e o desenvolvimento de vantagens competitivas nos negócios de que são proprietários, no pressuposto de estes serem ou virem a ser a fonte de geração de valor para o todo grupo familiar (Zapatero et al., 2012)
Eduardo Valério, explica que a família empresária é aquela onde os papéis e as responsabilidades dos familiares com relação à empresa, bem como entre os sócios, está baseada num conjunto claro de regras. Já a empresa familiar ainda não está com estas regras planejadas e implantadas e, os membros são vinculados por laços de parentesco e confundem família, empresa e patrimônio, é bem comum que as decisões sejam tomadas mais pela emoção do que pela razão.
No livro Desenvolvendo a empresa familiar a família empresária , os autores mencionam que “as empresas familiares e famílias empresárias possuem características que dificilmente se reproduzem em negócios não familiares, tais como: a disposição para sacrifícios pessoais e familiares em épocas de crise, a forte reputação familiar-empresarial no mercado, a lealdade e a confiança existentes entre familiares, a busca por relacionamentos – internos e externos – mais duradouros e uma liderança mais longa e estável, os investimentos de longo prazo e a sensibilidade às questões sociais da comunidade onde a empresa atua. Além disso, em empresas familiares que continuam no mercado com sucesso, encontramos características comuns, entre elas, podemos destacar: a família atua como guardiã dos valores e da estratégia que guiam o negócio, mais do que como buscando maximizar lucros para os sócios; a família e os principais executivos da empresa buscam com muita intensidade e tenacidade a continuidade. Dar continuidade ao negócio passa a ser um valor familiar; membros da família vinculados à empresa possuem um conhecimento acumulado ao longo dos anos sobre o produto que vendem e/ou produzem e/ou o serviço que prestam que dificilmente podem ser combatidos no mercado. Em geral, esta característica é um forte diferencial competitivo diante da concorrência”. Autores: Cláudia Tondo, Daniela Forgiarini Pereira, Fernando Coelho Silva, Paulo Tondo e Werner Borholdt.
Segundo as pesquisas do Sebrae, poucas são as empresas familiares que sobrevivem no decorrer do tempo. Para as poucas que sobrevivem, ano após ano, quando conduzidas da forma correta conseguem obter um valor expressivo em função do seu crescimento e prosperidade.
Concluímos, que o sucesso e a perenidade de uma empresa familiar e/ou família empresária, não se deve aos laços consanguíneos, as relações de amizade, mas sim pela meritocracia, pelas regras éticas, mensuráveis com transparência, foco nos resultados com responsabilidade social e respeito ao uso responsável dos recursos da natureza.
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