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Estamos na designada terceira vaga da pandemia e creio que esta pandemia representa também a maior vaga de disrupção e recessão económica desde a Segunda Grande Guerra, e com um fim que ainda não se vislumbra, apesar da esperança trazida pela vacina.
O confinamento no início da pandemia levou-nos a escolher rapidamente soluções de trabalho à distância, de que há muito se falava e sobre o qual se teorizava, mas que só timidamente tinham sido implementados por sectores específicos; como, por exemplo, algumas consultoras, empresas ligadas às tecnologias de informação e algumas start-ups, por questões também económicas. Todavia, esta implementação atabalhoada, por assim dizer, de trabalho à distância, por vezes sem muitas condições para o fazer, se algum mérito teve, foi, indubitavelmente, de percebermos que o ser humano se habitua mais facilmente do que imagina à mudança e que o trabalho remoto é possível!
Agora, na terceira fase da pandemia, estamos mais e melhor preparados para equacionarmos os modelos de trabalho adequados a cada tipo de actividade, aos custos que queremos suportar e como poderemos rentabilizar os espaços que temos. As aprendizagens têm sido muitas e multifacetadas.
Os escritórios como símbolos de status corporativo deixaram de fazer sentido já há muito e esta crise só veio demonstrar este facto. Se empresas com culturas mais abertas e participativas já tinham abolido as secretárias individuais e os gabinetes, implementando modelos de espaços abertos em que cada um se senta junto a quem quer e onde quer, levando consigo as ferramentas que precisa diariamente, pois os arquivos há muito que foram abolidos, dando lugar à Cloud, então agora percebemos que estes espaços podem ser transferidos para a nossa casa ou qualquer outro lugar em que possamos estar conectados.
A transformação digital possibilitou uma conectividade global e a uma nova visão de espaço e de tempo; nomeadamente do tempo/horas a que queremos trabalhar. Já não se trata de fazer um determinado horário, que vai sobrecarregar o trânsito nas grandes cidades e o desgaste para os commuters, que perdem horas de vida entre casa/trabalho, mas de podermos escolher as horas a que queremos trabalhar, porque somos mais produtivos, de acordo com o nosso ritmo; matutinos e vespertinos, ou poder trabalhar 12 horas seguidas num dia, se nos sentirmos bem, e no seguinte somente 6 ou 7…. E aqui claramente estamos a falar de novos modelos de trabalho e de liderança.
Liderar em tempos de crise requer uma capacidade de aprendizagem e de adaptação constantes, em que a disciplina, determinação e drive (confesso que não encontro uma tradução que me satisfaça; sendo a que mais se aproxima motivação intrínseca) são extraordinariamente importantes para não se cair nas armadilhas da micro gestão ou de um autoritarismo sapiente completamente desajustado.
Neste tempo de enorme incerteza deveríamos começar por analisar qual a situação das nossas empresas no início da crise e delinear cenários para um horizonte temporal futuro; tendo por base a posição/robustez financeira, as iniciativas em curso e as grandes escolhas estratégicas, em que a velocidade de aprendizagem, de observação dos momentos charneira de mudança e de adaptação nos vão permitir tomar medidas rapidamente e com a flexibilidade necessária para nos ajustarmos à realidade; ao rumo certo a seguir.
Na sua qualidade de empresário já reflectiu sobre o futuro modelo pós-pandemia? Mais do que isso, como está a preparar as suas equipas para estes novos modelos, com base na aprendizagem, baseada em novas ferramentas tecnológicas e novos espaços de vida/trabalho?
Equaciona o 2-3-2? 2 dias no escritório, 2 dias em casa e 2 dias de fim de semana?
Face à incerteza, a única solução não é confrontá-la, mas agir rapidamente com a informação existente para encontrar a melhor trajectória para a melhoria e para a productividade, tão desejadas.
Se esta reflexão faz sentido para si, gostaria de ter os seus comentários, a que terei todo o gosto em responder: emiliamalves@actioncoach.com
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